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As flores murcharam na janela

E a espera ainda é tanta

Que a memória espanta

A sanidade que há

Não havendo mais...

E os cálices estão sujos de verbos

Tantos que não se faz oração

Sequer sentenças coesas

Ou mesmo verso de emoção...

Eles estão, não estando mais...

E quero falar das belezas

Das graciosas chagas incuráveis

Mas as flores murchas evocam

A lembrança de que murcharemos também...

Então, digo de tristezas muitas... impiedosas...

Porque o ventre se alimenta da mortalidade

E a semente que brota é condenação

E há lápides aguardando meus versos

E crisântemos gris a perfumar com lágrimas

A nova estrada que se abre para mim...

E nem joelhos fortes suportariam

Que a sentença já é publicada

Acendam as velas e chorem as carpideiras

O nada que sou se converterá em pó

E deste pó brotarão outros tantos nadas...

E este jarro que derramou tanta dúvida

Sobre a minha própria precariedade

Guardou ainda um coração aflito...

Por quê? Tanto pão e tanto mal...

Esta é uma resposta para outro mito...

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xll CLaRa Lee llx
Enviado por xll CLaRa Lee llx em 22/04/2011
Código do texto: T2923904
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