CASABLANCA
De nove meses a noventa anos,
De andrajos e de panos,
A minha áura atraia todas elas:
Louras, pobres e ricas morenas,
Altas, magras, gordas e pequenas,
Todas me eram tão belas.
Se me tinham tantos encantos
Que por mim já choraram prantos,
Mesmo incônscio dos fatos,
Por não haver em mim maldade,
Nem em mim muita vaidade,
Eu as fazia de gatos e sapatos.
Mas os anjos que me olhavam
Com seus olhos me abençoavam;
Crianças que vêem o etéreo
Do colo das mães me sorriam
E ao D´us Bendito erguiam
Suas puras almas do sidéreo.
E os idosos por ter muito vivido
Olhavam-me como num pedido,
Confiantes da minh´austera ação,
Me sorriam com carinho de pais
O que eu não desprezaria jamais,
Lhes doei toda a minha atenção.
(YEHORAM)