Ao deposito de esqueletos

Tenho a impressão de ter nestes ossos

algo quase quebrado, querendo quebrar

ou é só eu mesmo que não estou inteiro?

Meu esqueleto é somente os destroços

que algum cão errante ainda irá catar

quando estiver lido todo meu roteiro!

Reviro meu braço para fora de seu eixo

Deus meu! Como é que assim me deixo?

estava com o osso partido e nem mesmo sabia

onde estavam meus nervos naquele misero dia

em que meus ossos não suportaram o impacto

da dureza de aguentar pesado fardo do tacto

O que é a carne, senão a coberta para o esqueleto?

tú merecias mais que esta poesia, talvez um soneto

depois da morte,és verdadeiramente o que nos fica

dentro de tua cova, na materia organica mais rica

Ès tambêm quem nos assombra a vida

como se tivesse achado uma boa saida

para o fardo que tua morte representa

quando o corpo, da alma se aposenta

o vibrar biologico jamais se acalenta

Tù, esqueleto, continua constante e sorrindo

enfrentas a pòs-vida da mais sublime maneira

achando toda minha desgraça, meu medo, lindo

a tentar para sempre fugir da horrenda caveira!

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 22/06/2011
Código do texto: T3050339
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