VULCÃO EM ERUPÇÃO

Ao compasso abrilhantado da lua

Embalada pela canção do mar

Desejo possuir-te somente nua

Para que nos possamos deliciar

Que a tua blusa de lã

Se arrepie nesta noite

Com um valente açoite

Traga o aroma a hortelã

Que o teu soutien de algodão

A minha boca sacuda depressa

Que nem um insolente vulcão

Que o nosso corpo em erupção

Se encaixe numa só peça

Que as tuas calças de ganga

As rochas se atrevam a descer

Acompanhadas pela tanga

Que a fome comece a crescer

Que as tuas meias de renda

Oscilem com uma fenda

Fervendo em sal o doce mar

Enlouqueçam com a nossa lenda

E nos obriguem a cambalear

Que as tuas peludas botas

E os teus brincos de ouro

Se pelem ao som das anedotas

E embalem o nosso tesouro

Que tombe o meu vestuário

Só com um bafo do vulcão

Que a palavra amor conste

No nosso íntimo dicionário

Para a entrega ser de coração

Que a tua deliciosa boca

Serpenteie pela minha

Louca, louca, louca

Parecendo o comboio

Endoidecido na linha

Que a tua deliciosa boca

Desça ainda pela minha pele

Louca, louca, louca

Barrando favos de mel

Que a minha intensa mão

Desperte também a tua

Que a varinha de condão

Entre os poros da pele nua

Nos estimule até à lua

Que eu me renda à luta

E o diabo levante o véu

Inundando a tua gruta

Eu te ame até ao céu

26.11.11

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Jessica Neves
Enviado por Jessica Neves em 26/11/2011
Código do texto: T3358264
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