INCÊNDIO CORPORAL

Acende-me sem usar o isqueiro

Dá-me um caloroso beijo

Que molhe o batom do cieiro

Atiçando em mim o desejo

Que o incêndio corporal

Traga na sua bagagem

Só o instinto animal

Para que possa ser selvagem

Os sapatos sozinhos

Já se puseram a andar

Deixaram os nossos ninhos

Juntos em paz se elevar

O meu vestido prateado

A tua boca ouse rasgar

Navegando por todo o lado

Me leve a incendiar

Reagindo ao nosso cheiro

Que o meu coração palpite

Forte ao prazer verdadeiro

Desembrulhando o apetite

Que a minha mão ateada

A tua roupa consiga queimar

Tocando-te deveras alumiada

Deixe o teu corpo a delirar

Que a tua arrojada mão

Se comece a descontrolar

Dê ouvidos ao coração

E o rabo me venha apalpar

Que a tua boca faminta

Arrisque os meus seios trincar

Que a pele arrepiada sinta

E me faça levitar

Que a minha saborosa boca

Te lambuze até ao ventre

Completamente louca

Desça e em ti entre

Caminhando por montes e vales

Que tu te declares em poesia

Expressa-te sem que te cales

Realiza comigo a maior fantasia

Que este incêndio nos afogue

Alastrando bem fundo

Que o nosso corpo num só rogue

Sem pudor ao fim do mundo

28.11.11

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Jessica Neves
Enviado por Jessica Neves em 30/11/2011
Código do texto: T3364510
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