Lagrimas de plastico a zul
Pelas beiradas da madrugada
Baila com as porteiras sua canção ao sol
Com as olheiras que te sobram aos teus olhos coração
Um dia depois do que o vento se levou.
As secretarias com suas marmitas
Na padaria da esquina tomam café
E quando baixam da lua o disco duro de roer
com o sonho ao revés e um futo sem amanhã
Choram:
Lagrimas de plastico azul rodando pela escadaria
Tribos dos mares do sul no limite da fronteira
Labios de papel de fumar, sabios que não sabem nada
Naufragos na catedral, teias de aranhas acostumadas
A fazer noite no cristal.
Os cirurgiões das decepções
Destroem com bisturi a alegria
As veias do amanhecer armazenam sangue frio
Cada segunda nasce morto o novo dia.
O lapis comissura da tua boca
Retoca os agravios do carmim
Os proxenetas se acomodam no banco de um botiquim
E os Romeos se demoram
E as Julietas se desenamoram.
Lagrimas de plastico azul
Rodando pela escadaria
Tribos dos mares do sul no limite da fronteira
Labios de papel de fumar
Sábios que não sabem nada
Naúfragos nas catedrais
Teias de aranhas amotinadas.
Lagrimas de plastico azul
Com sabor a despedida
Quando vai passar um ônibus
nesta rua sem saida?
Labios de papel de fumar
Sábios que não sabem nada
pétalas de flor de hospital
Teias de aranhas amotinadas.