Breve

Cuspo relento, vento e pranto

Vejo-me só em meu pensamento

Mágoas que já não mais viventes

Evanesceram assim, posto poente

Cuspo o culto, do sujo ao sublime

Tão breve é a carcaça que me define

Não me encontro realmente perdida

Perdida sempre me encontrei em vida

Entre rimas e desfazendo rimas

Busco a lápide, maná que sacia

Não que anseie um paraíso precoce

Nas nuvens, ridente já estou há dias

Quero apenas o vão de um vão suspiro

Um fim, um basta e chega à dicotomia

Cuspo o sombrio, o viver impaciente

Na terra, descomposta, decrépita, engolida

Anastásia Ottoni
Enviado por Anastásia Ottoni em 24/06/2012
Código do texto: T3741332
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