Breve
Cuspo relento, vento e pranto
Vejo-me só em meu pensamento
Mágoas que já não mais viventes
Evanesceram assim, posto poente
Cuspo o culto, do sujo ao sublime
Tão breve é a carcaça que me define
Não me encontro realmente perdida
Perdida sempre me encontrei em vida
Entre rimas e desfazendo rimas
Busco a lápide, maná que sacia
Não que anseie um paraíso precoce
Nas nuvens, ridente já estou há dias
Quero apenas o vão de um vão suspiro
Um fim, um basta e chega à dicotomia
Cuspo o sombrio, o viver impaciente
Na terra, descomposta, decrépita, engolida