TUA HIDROFOBIA ME AMA
TUA HIDROFOBIA ME AMA
E o agiota da tanatofilia brama aos inorgânicos humanos
A glacialíssima manumissão de seus paroxismos irreais
Não mais me preocuparei com suas aberratórias verdades!
O éter destila teu sangue em limalha na siderúrgica do corpo
Na antogênese da decomposição e no AVC dos teus enganos.
O raciocínio que me fere foi forjado nas incudes ancestrais
Nos palácios de ossos e cartilagens onde jazem suas maldades
No tumulo do teu inferno! Na teleologia incriada do teu subcorpo
E na arrogância de um céu carnal. És cresto de subconsciente
Nem sabes quem foi a ultriz que te pariu?! Tua hidrofobia me ama
E eu sou acérrimo nas minhas abstrações que te confundem
Imperfeito na sinergia de meus neurônios, mas, mais tranqüilo
Ante teu ditame que me odeia. Como falar de vida especialmente
Se a morte é imanência? Nossa existência não é nenhum drama!
Nossa putrefação terá os sons dos canibais vermes que nos fundem
E todo santo ou blasfemo maldito terá o presente da terra a cobri-lo.
Minhas carnes informes são a vaidade de um esqueleto dissonante
Sou uma mixórdia de órgãos e de fulgido cérebro repugnante,...
Mas de sentimentos ingênitos, bastardos de subterrâneos ignotos
De um universo monístico,... E especialista em revirar esgotos.
Sou réu nessa mente-calabouço e teu preconceito é convite à educação
Carrasco da minha ignorância! Meus carmes são-te campo minado
É a vingança por teus ciúmes, lascívia e a preguiça de tua alfabetização
Mas não penses que fico jubiloso, ao ver-te no chão, séptico e alienado.
CHICO DE ARRUDA.
OBS: O QUE ESCREVI É RESPOSTA À ACUSAÇÃO QUE RECEBI
(DE UM “AMIGO”, “NÃO-POETA”) DE SER TANATOFÍLICO.
(E ELE DESCONHECIA O SIGNIFICADO DE TANATOFILIA).