A semente do meu ventre.


 
Do pântano emerjo 
e faço parte do cortejo
de anjos caídos, em versos doridos.
E a alma pútreda, de fétidas vestes
que de nada, ou pouca carne, se reveste...
 
Levanto a tampa da lápide fria
e  agarro com mãos ávidas,
à mesma terra que escarro,
entrego a semente do meu ventre,
e rego... 
Com lágrimas impávidas.
 
E alimento no seio estéril,
sem colostro,o peconhento réptil...

Cria que rasteja e chora em meu rosto!

 
Nana Okida
Enviado por Nana Okida em 05/09/2012
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