GRITO DO CONSCIENTE
Ao léu esconde-se o horror, aos olhos a fúria
despedaçando dardos de metal translúcido
Triste mestre sozinho em tão estrada turva
compartilha nas derrotas a soberba do inimigo
Onde está o vil tormento em decrépita ascendência
invadindo meus pensamentos vãos?
Grito! Eis o conteste do eu com o eu sozinho
movendo-se entre escombros do consciente!
És decerto doce ilusão, que pela senda caminha
em busca do fim, infame realidade.
Não vês? impoluta combinação, mente e corpo,
entrelaçados, soltos na infinidade.
Mas estava escrito, eu vi! A Décima Profecia
Nem certo ou errado, tolo é o sacrifício.
O pobre sábio já contava mesmo sua versão
Em dias mornos, o vento vai para outras paragens
Sóbrio devaneio ecoando calado
por entre as montanhas para todo o sempre.
Sim! O vício não me deixa ver diferença
entre bens e quereres, que escolha faço?
Aproxima-se o momento, o silêncio é quase mortal
na arena eu me encontro com o destino
Mergulho em vôo rasante, no azul profundo da imensidão
vejo o mar... ah o mar.