RITOS URBANOS

Montes de pedra cercam-me quadrados

Explodem crescentes dragando a alma

Sem medo, sem glória, sem trauma

Diretos, escusos, espreitam o caminho

Silêncio violentado... Breve tremor.

E o passo aperta, sem tino, sem meta

Vai! Exorciza-me! A mente! E sente!

A força do doce luar inocente

Que ao longe se faz descrente

Dominando o espírito revolto.

Em sombras, nas sombras resides!

E o ponto final se escoa, esvai

A força por entre os botões

Pulsa o músculo contraído

Sem controle, sem consolo.

Entre retas e secantes cortando

Procuro encurtar o tempo, latente

Inerte! Por certo se dará o fim!

Escuro. Não vejo mais o contorno

Disforme, envolvente na pele.

E noto a luz! Tênue no horizonte

O brilho! Como se corda fosse

Que me pudesse tomar o verbo

E num fôlego descobrisse o verso

Chego enfim ao meu destino.

Euclides Marques
Enviado por Euclides Marques em 14/09/2012
Código do texto: T3881381
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.