E Agora?

E Agora?

Qualquer coisa que eu faça

Não tem cor, cheiro ou graça

Porque tudo envelheceu

E qualquer coisa que me diz respeito

Terá ela mil defeitos

Já que o tempo corroeu

O ar da minha graça tão sem graça

Por onde a vida que passa

Se é que a muito não morreu

Vive a perambular pelos meus sonhos

Os mesmos que eu suponho

Serem agora todos teus

Se é que um dia foram meus

E qualquer coisa que eu acredite

Haverá sim quem duvide

Pois tudo é questão de eu

Eu cuspo a sapiência dos meus frutos

E creio ser absoluto

Já que o tempo me acolheu

E se brinco com as alucinações

No meu parque de diversões

Você sabe o que aconteceu

Da corda bamba e do trapezista

Restou o palhaço alquimista

E a arte que a vida tolheu

E foi depois do chá que ela me deu

E agora?

petronio paes frança
Enviado por petronio paes frança em 02/10/2012
Reeditado em 02/10/2012
Código do texto: T3912511
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