HOSPITAL DA VULGARIDADE
HOSPITAL DA VULGARIDADE
Ativo os dedos na caneta onde o passivo papel freme
Assusta-se com a deselegância das letras de Parkinson do mal
Tolhi-me, o analfabetismo do computador não me é leme
O Alzheimer não é vírus da demência de um cérebro de cal,...
Sou caiado no posto de saúde das orgias de minhas reticências
Capaz de abolir subterfúgios para cuspir nossas maledicências.
O mundo se farta de quatro numa flatulência de ignorância
Necessitam de auxilio para compor sua hipócrita protuberância
Não ajustam seus encéfalos para pensar na sensatez da solidão
Trilham sempre trôpegos pelo azar dos mesmos caminhos
Não testam a mão canhota, não suam na sorte dos seus espinhos
São ases em regurgitar as mesmas palavras consoladas na ilusão
Têm a hipertensão da rotina, uma diabetes de um caos dos iguais
A preguiça de ser diferente fá-los marionetes de conceitos nocivos
Ditados cantados, expostos nas esquinas da educação dos bacanais
Na alergia de uma crença, doença, de que possuímos o ar dos altivos.
O humano é cirrose que se alimenta da arrogância e está em bulimia
Bulimia de sacanagem!... O solilóquio é a verdade da minha alquimia
Dialogue com seu cérebro, vadie-se! O inusitado não é loucura,...
É carnaval de novas experiências e abrir-te-á um leque do que procura
Fuja dessa moral anoréxica! O mundo lhe depositou rios de esperanças
Use o estetoscópio da dor e ouvirá o grito orgulhoso da hereditariedade
Que jazem no catre de um cosmo salutar,... Um hospital da vulgaridade.
Certo e errado, cru e cozido,... Fácil ou difícil, tudo tem suas nuanças.
CHICO DE ARRUDA.