Eu não sou louco
O sol surgia no lado avesso do crepúsculo,
E o músculo dormido nem queria acordar,
Gavião, símbolo da paz na fachada da igreja,
Oferecia a bandeja em busca de seu manjar...
E o posto dos desatinos abriu muito cedo,
Promovendo combustível para autocrítica;
na quitanda que ensina a disfarçar o medo,
vendida pelo cinismo, a última capa mítica...
O amor não realizado saiu cedo, fez Cooper,
Buenos Aires dada ao Fado, tango em Lisboa;
heróis da resistência sem a reputação, super,
Pensando que a guerra era só coisinha à toa...
Médiuns virtuais regando as flores de plástico,
alguns, cambiavam os diamantes por bijuteria;
puxa-sacos alardeavam a qualidade do elástico,
deram um bodoque pra matar um leão por dia...
Craque do Crack, ofereceu um baby-doll barato,
E entendi que a sua lógica coerente, faz sentido;
Por que não termos a mesma pedra no sapato,
ele consome veneno, que mal eu usar o vestido?
Os fatos discursavam alto para ouvidos moucos,
palavras simples brincavam de esconde-esconde;
Dizem que há coerência nos discursos dos loucos,
porém, eu não sou louco pra viajar nesse bonde...