OLHO DO FURACÃO

Fere tanto minha imaginária gargalhada
Quanto ferro em brasa!
Esclarece tanto esse turbilhão de sensações
Confusas... difusas...!
Acho que devo mentir...
Mentir um pouco mais
Assim me distancio de mim
Cada vez mais!
Minha escrita boba
Alvo de polêmica
Endêmica!
Mas viva... viva!
Será que ainda dá tempo
Ou percebi tarde demais
Que pra mim sou mau exemplo...?
Sim, meus versos são mínimos, são loucos
...são poucos!
Sou pedra a sangrar
Ou vento a bailar
Gemendo minha verdade?
Que disparidade!
O que importa, se carregam
Toda minha intensidade?
Meu coração, (ex) poeta-poente
Como instrumento de sopro
Sopra pra longe a poesia
Que nasce do meu ventre!
Sim, passe-a à frente,
Leve-a ao olho do furacão!
Ele precisa queimá-la, fundi-la!
Só assim resistirá
A esse mundo cão!
...e quem quiser entendê-la
Não visite o Aurélio
Mas... seu coração!