O MUNDO PROLIXO DAS MÍMICAS
O MUNDO PROLIXO DAS MÍMICAS
Minha língua, plastídulo em fanique, tem a etiqueta da algia
Matéria gosmenta, miológica e dotada de fala, dama de pua!
Ferrolho de um cérebro atro, autômato prisco amo da rua
Cavalo entre dentes de céu sem estrelas, queixada da orgia...
É o supedâneo da morte! Estilingue boateiro capado de freio.
Crestem esse implante do caos! É um vaníssimo adesismo atroador
Tromba da discórdia, a grege agradece à eutanásia desse envenenador
É um empiema subsumido nas valas de bochechas em breio...
Num mar de salivas estróinas, no lar do eclipse moral.
No mundo das mímicas seríamos mais prolixos e menos cruéis
Roboraríamos os músculos amnésicos e arcaicos e falaríamos em papeis
E a vida do silencio teria um cotidiano mais educacional.
O tartamudo inexistiria! As libras, o Braille,... Universalidade de idiomas
Policromo das deficiências eficientes e arco-íris das luzes de camaradagem.
O lânguido seria loquaz, transporia obstáculos para sua paraplégica engrenagem
E o glutão das más maneiras servir-se-ia de seus papilomas.
Um contubérnio de bens, de genes anômalos brindaria nossa saúde
Resistiríamos às fofocas, ouviríamos os barulhos da taciturnidade sem stress
Pedra-ume nas mentes! Fenobarbital conta-gotas serpentes em bocas de topless
... Mãos e olhos comporiam plectros gestuais, maná cultural saboreado amiúde
E a estrige invertebrada seria o órgão inútil desse pitecantropo.
Num futuro bem longínquo o homem comunicar-se-á onírico pela telepatia
E da sua pildra neuronial lembrar-se-á dos esqueletos de antipatia,...
Usará 60% de sua intelectualidade,... E calará esse arrogante misantropo.
CHICO DE ARRUDA.