CÂNCER DA INTELIGÊNCIA
CÂNCER DA INTELIGÊNCIA
Prefiro a solidão das minhas neuroses
Que a multidão de verdades bastardas.
Abnego as hipocrisias sociais enrugadas...
Encalhadas nas vitrines das metamorfoses,...
Na elegância político-religioso,... Quais fena!
Que nos embrolhos dos amores de seus enganos
São filhos de uma religiomania de dar pena,...
Convite à exumação de consciências em danos
Que vive no analfabetismo do claustro oníscio.
A loucura dos meus neurônios?! Clãs em comício
Vasculham a ignorância da minha sabedoria
No anseio de uma excelência em anemocoria.
Vivo no câncer da inteligência, mas nem este...
Dói-me menos que o próprio a roer-me
Ele nada em meus órgãos e sinto-os comer-me
E alegro-me por esvair-me na paz que creste...
Na fuga de um óbito que é o nosso futuro.
A existência é um livro de páginas em branco
Onde almejamos voar, ainda andando prematuro,...
Nem cacos que nos sangram ensinam-nos no tranco
E o universo, nosso professor, é poeta silente.
A incoerência ilustra uma vaidade de absorvente
Que na fama e na fortuna dar-te-á uma vez a salvação
Mas a coerência desauxilia quem desacolhe sua infecção.
CHICO DE ARRUDA.