Doses de Ilusão, Pureza e Paranoia

E no quarto... Conhecendo as minhas impressões,

Salivando meus desejos recalcados e salvando vidas.

Ao me levantar da cama, o sol se mostra o mesmo...

Leio e releio o meu novo roteiro,

Sabendo que as consequências serão diferentes.

Mas, mesmo assim, sigo em frente...

E não tenho clareza de nada...

Absorvo loucuras esparramadas pela escada.

Sinto a melodia me levando pra um compartimento intransitável...

Toda essa bagunça passeando sem destino... De certa forma, me seduzindo,

Enquanto a incerteza, implacavelmente palpável, extravasa sobre mim.

E estudo sobre esse fim...

E assim continuo não me vendo...

Rotineiramente, da insanidade, me partindo e me desfazendo...

Vivendo pensamentos dispersos que andam casados com a saudade...

Sentindo dores indolores ao viver o gosto da sua verdade.

Mas com o tempo, isso não me atrai mais...

E, então, esqueço desse passeio, desse momento insano, desse tudo...

Faço a barba, lavo o meu rosto, me olho...

Desfaço dos beijos, dos afagos impuros e lúbricos...

A playlist me apresenta outra canção,

E os pensamentos se mostram nulos...

O mundo, ao avesso, me reconstrói para uma estética arcaica,

Tal festa que não mais quero... Que, com um pulo, me despeço.

E no quarto... Conhecendo as minhas impressões,

Salivando meus desejos recalcados e salvando vidas...

Sentindo que a lua me mostrou o mesmo...

E de raiva, rasgo o roteiro no meio.

Pois estes momentos estão inalterados

E nessa condição, os porquês não são explicados...

Rômulo Sousa
Enviado por Rômulo Sousa em 21/03/2013
Reeditado em 22/05/2014
Código do texto: T4201216
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