árvore de outono i

aquele velho frio na espinha:

uma nova emoção antiga se repete pela primeira vez;

frases finais de algo que ainda não começou;

primeiras declarações para doentes terminais;

voltamos àquele velho lugar que nunca fomos;

imaginei algo melhor e mais simples pra tudo isso:

o sangue viraria água,

a carne seria livre.

...

quero repreender antes que eu me apaixone,

são essas coisas simples que eu não sei entender.

qualquer dia desses a gente acorda e se dá conta,

que quanto mais deixamos essas coisas pra lá,

mais nos tornamos secos e rígidos,

mais elas se tornam presentes e vividas.

as lágrimas são soro,

o suor é soro,

algumas vezes tudo isso é perfeição,

outras defeito.

ninguém nunca me disse que caminho deveria seguir;

ninguém nunca quis seguir caminho nenhum comigo;

ninguém nunca achou que um dia eu seria alguém;

ninguém nunca foi tão ninguém quanto eu sou...

ninguém...

o que houve de errado só o tempo poderá dizer.

fragilidade,

ódio,

ódio,

decepção.

há uma vida nesse meu corpo

esperando música pra dançar,

esperando amor pra poder amar,

há uma vida em mim

que está querendo viver!