Redenção

Mitos da vida passageira

Que denuncia o vivente

Talvez a única maneira

De seguir em frente.

Sem pestanejar tão doente

Preso no calabouço da saudade

Eterniza a cena decadente

Num retrato cruel da verdade.

Nada nos tropeços soa maldade

Em desapreços ecoa eterno

O ontem não mais invade

A solitária noite de inverno.

Se seria ou não algo fraterno

Sem cabimento questionar

Indesejado solo do inferno

Em arrependimento há de pisar.

Em construção um novo altar

Seguro sob a fachada em ruína

Um banquete para ver e delirar

Aguarda temperada a velha sina.

A mesma canção vem e afina

Se calam todos no aposento

Soa a melodia heroína

A certeza joga ao vento.

O Altar rui em lamento

Preço barato a se pagar

Na fachada não mais o alimento

De faminto há de definhar.

Mitos da vida a cantar

O sobrevivente corre

Alimento é seu sonhar

Guarda antes que devore.

Will Stella
Enviado por Will Stella em 31/03/2013
Código do texto: T4216932
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