oftalmo

Me prenderam entre as pedras

Mas eu via por entre as fendas

Me amarraram oss olhos

Mas eu via pelas vendas

Me prenderam no sótão

Me jogaram no porão

Mas meus olhos ainda olham

Por dentro comendo a escuridão

Quando quiseram fechar flechar meus olhos

É que eu via mais

Quando nos querem sangrar angariar os olhos

É que vemos mais

Os olhos fechados tão abertos

Que cegos por certo vêem mais

São clarões no meio de escuro

Avistam o fim do túnel

e leem os jornais

Fazendo previsão

Nunca esqueça quando na luz

Do que aprendeu na escuridão.

Julio Dias
Enviado por Julio Dias em 04/05/2013
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