BERÇO DA DESGRAÇA

E a aurora fez a cesariana do cogumelo atômico

O dia rapinante volveu à noite dos ais infantes,...

À pátria da hierática criação hipócrita e vômico

À ruptura das fés em deuses-bestas repugnantes

O rabo dos aviões abria as pernas em urânio e plutônio

O céu de amoníaco era o templo ácido do seu demônio

E a mente, é gêiseres de pus num humano lúgubre.

A ignorância é o óbolo adquirido por crença insalubre...

E mata e vive da sua raiz meretriz e de guerras-santas

Da escravidão de um decoro que converteu fêmeas em antas

E da vergonha de uma antiguidade, pedagoga da desumanidade.

Sacrifícios humanos, papas, canibalismo, ganância pelo poder

Próprios de fumaças brancas que se auferem serem mais animais

O berço da desgraça é ser filho desses rituais,... Anormais.

CHICO DE ARRUDA.