LUCIDEZ PSICOPATA.
LUCIDEZ PSICOPATA.
Beba sua língua no cálice de tua doença social
Cace dente de galinha nessa manante praga
Solte o nó das tripas numa disritmia intestinal
Preconize sua existência numa rotina vulgívaga
Rumine e masque seus dentes até brotar a raiz
E afogue-se nessa saliva hidrofóbica e nojoso.
Quer a profilaxia na tua vida? Torne-te aos canis!
Ao vulgacho de um berço que te rói presunçoso
Na humildade que te declara em apsiquia,...
E na algidez dos teus bons sentimentos amnésicos.
O homem compra sua vereda na ordem da anarquia
Nos seus conceitos subdesenvolvidos mnésicos
Detersivo seda os olhos aos seus próprios mendigos
Usa a terebintina sanguínea para abluir suas misérias
Para ornar seu aspecto e fugir dos santos castigos
E na missa dominical, rende-se à suas bactérias
Expõe seu toucinho de jumento em traje de gala
Mas ignora que o traje não é documento do caráter.
Jamais curvarei joelhos a mitos que nos avassala
A seres com o esfíncter dentro da dura-máter
Careço gerar o meu adequado veneno indulgente
Um arrebata-punhadas, revolucionário plasmático!
Que combata essa distopia cerebral inteligente
Para esgalgar seu argumento ortodoxo e fanático.
Toda morte tem um fim, e deve temer é a mim!
Pois sou o tóxico mais róseo do teu jardim
A flor da papoula que abre os alvéolos pulmonares
Uivando na força de todas minhas dores musculares
... A amorfia narcisística do teu egocentrismo.
Do mundo sou seu paciente, não vim aqui de turismo
E como bom demente, sarjo toda lucidez psicopata
Em versos insolentes, e na tua ilusão, de ser um magnata.
CHICO DE ARRUDA.