ÊXTASE PARALÍTICO.

ÊXTASE PARALÍTICO

Hoje acordei sonhado no oásis dos proscritos

Na caverna da vaidade vi a imagem do sileno

Gnômico,... Ouvi os ecos da minha respiração

Suado desenhei nas pedras meus manuscritos

Da vida do canibal narcísico e seu veneno,...

O clã dos eremitas doar-nos-ia os genes da paixão

E no perfume dessas dores o círio dos penados

Em consórcio, assassinavam para sobreviver

Os deficientes, os inúteis, eram sacrificados

À deuses agronômicos e astronômicos

A morte era ansiada para o forte prevalecer

E o antes e agora têm seus males hedônicos.

O trem-bala do progresso constringe-nos crebro

E êxul é uma locomotiva que vapora sangue

Pois o humano é despreparado para usar o cérebro

É larva batráquia que vive na lama do mangue

Que teima em errar os mesmos erros pré-históricos

Que ama as prioridades de sucessos fantasmagóricos

E nessa inanidade faz-se de insonte para ser venal.

Insidioso da própria espécie é argutamente néscio

E barganha a sua existência nesse livre comércio

Na hereditariedade que herdará o espículo sifilítico

E se acomodará nas doses diárias desse fenobarbital

Para sonado os sentidos entrar num êxtase paralitico

Num mundo cevado numa balada de lágrimas hidrofóbicas.

Nossa cegueira alenta essas alegrias claustrofóbicas

Consome-nos numa falsa esperança de futuro fausto

Mas ele é tão egoísta que nos levará ao holocausto

E até a intelectualidade emergir de sua pródiga tristeza

O submundo reduzir-se-á à cria de uma nova empresa

E antes que a vida me valha por toda essa parte

Tatuarei meu corpo todo para esconder essa vil escultura

Esterilizarei meus espermatozóides de ogiva inconclusiva

Para me velar à mesa humana de ser iguaria à La carte

Evocar que no esqueleto de carnes, há sentimentos em mistura

E ele é deselegante ao convívio dessa sociedade depressiva.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 10/09/2013
Código do texto: T4476076
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