PATÊ HUMANO.

PATÊ HUMANO.

Tumefato,... Masco o alimento cancerígeno

A língua radioativa desmancha entre dentes

As cordas vocais têm o mudo som estridentes

O bicho de pé me deita terrigeno,...

Tomo café com o diabo diariamente

E sou almoçado pelos parasitas dessa laia.

Dormindo no sangue do vampiro dirimente

Baratas fazem do meu corpo sua praia

Perfumamos nossas aparências asquerosas

Ao sabor da dor, com a morte de mil rosas

O homem tem sêmen no olho,...

Filhos da carne saciando seu piolho!

A berne mora e rói os meus órgãos crus

O patê humano é um hospedeiro ilustre

Mas vive e pensa que é um divino lustre

O santo satanás carrega sua cruz,...

Orgulha-se da sua solitária cerebral

E tem nas fezes,... Seu irmão natural.

Nas doces doses da alcoólica cirrose

As amebas combatem minha necrose

Anseiam-me vivo com glicose e colesterol

Para nesse bagaço de tripas em esqueleto

Entrar no meu saco e jogar seu canibal futebol.

Somos o brinquedo das pestes, e obsoleto

Jantamos no gueto de veias com furúnculos

A espécie ama seus próprios carbúnculos!

Ainda crê na ressurreição?! E reza e ora suplicante

Despreza que nesse molho, é um verme insignificante.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 24/09/2013
Código do texto: T4496390
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.