PATÊ HUMANO.
PATÊ HUMANO.
Tumefato,... Masco o alimento cancerígeno
A língua radioativa desmancha entre dentes
As cordas vocais têm o mudo som estridentes
O bicho de pé me deita terrigeno,...
Tomo café com o diabo diariamente
E sou almoçado pelos parasitas dessa laia.
Dormindo no sangue do vampiro dirimente
Baratas fazem do meu corpo sua praia
Perfumamos nossas aparências asquerosas
Ao sabor da dor, com a morte de mil rosas
O homem tem sêmen no olho,...
Filhos da carne saciando seu piolho!
A berne mora e rói os meus órgãos crus
O patê humano é um hospedeiro ilustre
Mas vive e pensa que é um divino lustre
O santo satanás carrega sua cruz,...
Orgulha-se da sua solitária cerebral
E tem nas fezes,... Seu irmão natural.
Nas doces doses da alcoólica cirrose
As amebas combatem minha necrose
Anseiam-me vivo com glicose e colesterol
Para nesse bagaço de tripas em esqueleto
Entrar no meu saco e jogar seu canibal futebol.
Somos o brinquedo das pestes, e obsoleto
Jantamos no gueto de veias com furúnculos
A espécie ama seus próprios carbúnculos!
Ainda crê na ressurreição?! E reza e ora suplicante
Despreza que nesse molho, é um verme insignificante.
CHICO DE ARRUDA.