ÔNAGRO.

ÔNAGRO

E a agulha injeta o soro do flagelo

É uma heroína em luta com a veia ácida

Que nada no plasma de suas alucinações

Acelera o coração de ópio e hipertenso

A realidade assume a sombra dum cutelo

Martela a demência numa parcimônia cálida

E do mundo, somente vê, as suas vaporizações.

Metamorfoseado, voa na Terra o corcel ascenso

Ônagro é voyeur da tua vândala filosofia

Onde baba sua língua na ruminaria salivar

Torna-te crack na passarela de cicatrizes

E come teus neurônios numa masmorra cerebral.

O humano já é deformado, mas avigora sua epidemia

Viciam-se nos entortes epilético a agonizar

E neste serpentear, as pupilas dilatam varizes

O caos estranho faz seu sarau,...

E a morte está no parapeito da ilusão.

O homem é o maior tóxico da humanidade

E inda quer a overdose de si mesmo!

Não se basta em ter nascido adulterado?

Busca a covarde coragem de desafiar a razão

Depila sua vergonha na insensibilidade

Vácua e dolorosa é sua vida de tenesmo

Onde fuma o cachimbo dessa paz de mau-olhado.

A luz de toda escuridão é o cemitério

Não compre seu ingresso no cambista

Nenhum ás, ainda, decifrou nosso mistério

Preserve suas entranhas, desse vil oncologista.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 10/10/2013
Código do texto: T4520053
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