ARAUTO DO MAU.

ARAUTO DO MAU

Carrego o fardo, alem de minha própria massa

Da orgia de pensamentos evolutivos na desgraça

Dos males jesuitizados e vedados em ignorância crassa

Da disorexia de inteligência fermentada na cachaça,...

Sou a cria mais pura da minha raça, lavada em esgoto

Antimatéria bilhostre, tribuno da peste, ente escroto!

Eu sou um humano, sorvendo diais suas doses de codeína

Onde as notícias despem as nossas chacinas

Onde a saúde chora por melhoras clandestinas

E é onde a miséria implora, pelo seu bife de proteína...

Dentes rasgam a justiça numa pocilga de propinas

É a lei, ingre, contaminada por essas gentes suínas!

E para mitigar a dor e cegar-me de todo mal,...

Esse sul mato-grossense filho do pantanal

Que dizem ser, o arauto de todo o mau

Escreve as peripécias dessa bondade chacal

Que tendo um mundo maravilhoso, prefere o curral

E vive e morre das sobras malignas desse vil mingau...

Que têm sua moral estuada no parquímetro da covardia

Na hipócrita barganha de ideais por sua regalia

E na desprezibilidade pelos irmãos de fado.

São eles que ensinam o homem a ser mais safado

As mãos que balançam o berço do rebento

São as mesmas que enforcam nosso desenvolvimento

E nos enlutam, com o nascimento hereditário, de seus marginais.

Nessa selva onde preponderam as filosofias vaginais

Onde é útil ser fútil, não me cobrem poemas de amores!

Visto que seus sentimentos amansam vibradores

E não enxergam os anseios de uma sociedade oprimida

E meus conhecimentos, teimam escrever, essa vida pervertida.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 18/11/2013
Código do texto: T4576511
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