ENTRE A VIDA E A MORTE.
ENTRE A VIDA E A MORTE.
Congela a imagem, vê-me deitado no mármore frio?
Entre flores fedorentas e algodão nos orifícios?
Ali, enterra-se a vaidade no seu horizontal cio
Fim do cio da morte, ciclo de todos os malefícios.
Vejo tua imagem na vitrine de formas disformes
Da massa bamboleando sobre o esqueleto
Dos cacos de vidro que vê o escolho
Da ruga anatômica de tua especificidade
Do majestoso amor ao órgão de virilidade
E das pernas abertas e seu terceiro olho,...
É petisco de carne que busca o espeto
São os condenados dentro de seus uniformes.
Vai-te filho do incesto, se inflete ao chão!
O embuste pérvio leva-te a glória dos miseráveis
O medo de ter medo é teu frívolo conchego...
Cuspa tua virtude na saliva que fermenta
Rumina teus garbos pela língua nojenta
Seja crível no fardo de tua vida de morcego
Se o teu formato, faz-te o rei dos imprestáveis
E a mídia voltária prostitui-te com escravidão.
Entre a vida e a morte há a psicopatologia,...
Nunca se disse tanto adeus como nas guerras
O etnocídio é a cultura dos imorais
O gene humano tem uma vil doutrina
Uma moléstia, satisfatória à flebotomia
Como na arte dos motosserras,...
Um grito gutural que nos faz animais
E onde o homem despeja sua razão na latrina.
Ninguém há de fugir do mármore frio
Das flores fedorentas e dos algodões
Do conúbio psicopata com a felicidade
Nele,... Habita o segredo do amor
Por senão, o mundo seria mais sombrio
E o ódio, não teria o aplauso dos perdões.
Entre a vida e a morte, faxina-se a crueldade
E é um bálsamo, para um convívio com tanta dor.
CHICO DE ARRUDA.