Doçura
O menino e a loucura
Pobre menino
Domado feito um animal
Deu um beijo na loucura
E não enxergou nenhum mau
Mal dizem os invejosos
Da loucura
Que nada mais é que uma
Doce criatura
A loucura
Entenda de uma vez
Minha intenção nunca foi
Curar tua doçura
Namorei a loucura
Amei a loucura
E em toda a sua fúria
Amou-me também a
Loucura
Porém loucura
Entendo a natureza
De todas as suas criaturas
Emboladas
Desdenhadas
Fadadas ao instintivo
Ao acaso
E nunca ao casado
Aquele beijo antigo
Que te dei loucura
Transformam-se em letras
Duras
Talvez então
Tu sintas vergonha
De que nada aprendi
E ainda nada sei
E nunca saberei despertar
Em mim
A doce loucura.