FICANDO LOUCA


Esperando a madrugada
Que mais uma vez diz não
Sem dizer uma palavra
Só desperta a solidão,
Esta nunca está cansada
E me tem em suas mãos.
Às vezes fico zangada
Ascendo à luz, tento ler,
Mas quase nada me agrada,
A ponto de adormecer.
Apago a luz, fecho livro,
Mas pareço atormentada,
Nem as preces que recito
Deixam-me aliviada.
É quando da janela uma fresta
Vem dizer que já amanheceu...
Tanta coisa à minha espera
E se não tenho tu, sou eu,
Aquela que faz de conta
Que dormiu a noite toda,
Mas que nem chegou à cama
E a lucidez... Ah! Essa é pouca.