OFÍCIO DA AGONIA.

OFÍCIO DA AGONIA.

Eis-me, a prêmio, aqui novamente untos

Nos caldos de obnubilações,...

Pródromos de rebeliões da célula ovular

Transunto tem a fieldade da tua carniça

Do pábulo eviterno a andar entre os defuntos.

Herege a tocar o kinnor de suas aberrações

Rasga as carnes de teu corpo plurissecular

Mostra o verme que do cérebro à boca enguiça

Nas palavras que estrangulam a traquéia

Na impureza de tua faringe que tosse

E cospe fulmíneo o sabor dos teus miasmas

No verso sulfídrico que sufoca na garganta

A ruína da raça, como a exemplo de Pompéia.

O homem ainda é um obnóxio precoce

Adultera e vive temendo seus próprios fantasmas

Toma o café da manhã e se dispõem como janta

Sua vaidade é monumento fúnebre e egoísta

Carrega órgãos e esqueleto de malsão conteúdo

Prótilo que caminha e ramifica no Geena

Na noite-tarde de seus solos de pneumonia

Nas guerras-santas de sangue a perder de vista

Numa genética que ainda demanda estudo,...

Onde a disposição pela dor com a razão contracena

E aonde a vida lhe detém como que por ironia.

Não sofro de analgesia, sou elemento rudimentar

Ainda desconheço o nous de condição humana

O amor é-me um fado que é difícil decliná-lo

Mais tábido é aquele que tem o ódio em harmonia

Que vê e não enxerga, que beija sem cumprimentar

Expõem o corpo-bomba buscando o nirvana!

Minha vindicta é pensar no papel tudo que falo

E escrever tanta tristeza, me dói,... Mas é meu ofício da agonia.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 16/12/2014
Código do texto: T5071984
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