OFÍCIO DA AGONIA.
OFÍCIO DA AGONIA.
Eis-me, a prêmio, aqui novamente untos
Nos caldos de obnubilações,...
Pródromos de rebeliões da célula ovular
Transunto tem a fieldade da tua carniça
Do pábulo eviterno a andar entre os defuntos.
Herege a tocar o kinnor de suas aberrações
Rasga as carnes de teu corpo plurissecular
Mostra o verme que do cérebro à boca enguiça
Nas palavras que estrangulam a traquéia
Na impureza de tua faringe que tosse
E cospe fulmíneo o sabor dos teus miasmas
No verso sulfídrico que sufoca na garganta
A ruína da raça, como a exemplo de Pompéia.
O homem ainda é um obnóxio precoce
Adultera e vive temendo seus próprios fantasmas
Toma o café da manhã e se dispõem como janta
Sua vaidade é monumento fúnebre e egoísta
Carrega órgãos e esqueleto de malsão conteúdo
Prótilo que caminha e ramifica no Geena
Na noite-tarde de seus solos de pneumonia
Nas guerras-santas de sangue a perder de vista
Numa genética que ainda demanda estudo,...
Onde a disposição pela dor com a razão contracena
E aonde a vida lhe detém como que por ironia.
Não sofro de analgesia, sou elemento rudimentar
Ainda desconheço o nous de condição humana
O amor é-me um fado que é difícil decliná-lo
Mais tábido é aquele que tem o ódio em harmonia
Que vê e não enxerga, que beija sem cumprimentar
Expõem o corpo-bomba buscando o nirvana!
Minha vindicta é pensar no papel tudo que falo
E escrever tanta tristeza, me dói,... Mas é meu ofício da agonia.
CHICO DE ARRUDA.