QUANDO MEU CORAÇÃO PAROU.
QUANDO MEU CORAÇÃO PAROU.
E durante dez minutos, meu coração parou
Cansou de ver e ouvir a latria dos dementes
O homem, moderno escravo que se exagerou
Moldou-se aos seus esnobes joelhos penitentes.
Toda invenção para o bem da humanidade
É utilizada para, hoje, assassinar
Somos tão perversos que arrogamos probidade
Até os deuses foram criados para malinar.
O avião, o carro, o trem e enfim as armas,...
Os seres humanos, velhos cascos naufragados
De navios negreiros comandados por lordes
Uma nata que se nutria de suas conquistas
Que se afligia em suas consciências ermas
De seus cotidianos familiares de tabus chagados!
É onde toda corda que ao pescoço nos mordes
São dentes gentis com mãos e beijos de massagistas.
De que adianta a vida de muitos corações?!
Se o universo, precoce, me dá poucas opções
Que do espermatozóide a placenta o crível condena
Uma raça saboreia o que melhor a saúde envenena.
A vida é um passatempo, um pesadelo para o futuro
Ver e viver o que no íntimo me habita,... É minha chacina.
Em pensar que o mundo e o humano ainda são nascituros
E que nos afogamos no mar de nossas piscinas,...
É quando meu coração parou por dez minutos,... E eu vivi.
CHICO DE ARRUDA.