SANTA PROFANAÇÃO

Meu Deus por favor me responda

Como pode ser pecado se doar

Entregar-se, a fome e a sede saciar

Guiados pelo prazer que vem em ondas.

Santo Pai de bondade

Se é pecado, vício ou maldade

Por que deixou ser tão gostoso

Este ato deliciosamente pecaminoso?

Oh, meu Pai Celestial,

Se me queria casta e angelical

Por que colocou tanta paixão

Que arde e queima feito vulcão?

Oh, Criador e Santo Divino

Se era para ser proibido

Por que fizeste tão delicioso

Esse carinho suave e ardiloso?

Pai de bondade e ternura

Se me querias recatada e pura

Porque me deste este querer

Cheio de desejo e fome de prazer?

Ninguém me convencerá,

Que o ato de se dar, querer e gozar

Seja obra do demônio, do mal

Incoerência o bem ser infernal.

Se quando nos entregamos

Nos transportamos para o céu,

Não podemos estar pecando

Não é amargo ou acre, é puro mel.

Nesta viagem de prazer

Não há santos ou pecadores

Há entrega, vontade, querer

E a quebra de todos os pudores.

Céu, inferno, paraíso, purgatório

Nada importa... Quero é ser sua

Completa, inteira. Cubra o oratório

E vamos nos amar olhando a lua.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 05/06/2007
Reeditado em 28/09/2007
Código do texto: T515320
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