Amor Limitado
Se eu não consigo me conter
Se o mundo não quer parar
Eu consigo ser estúpida o suficiente para pará-lo
E parar todas as coisas que me irritam,
Que me abalam,
Que me constrangem
E me desagradam
Estúpida o suficiente para mostrar
O que eu gosto
de um jeito que cause
Intrigas, desafetos e rejeições.
Mostrar quem eu sou
De forma que irrite
De forma nojenta e repelente
Só para sentir o prazer de ver sucumbir
Os que me riem
Os que me alegram nas horas impróprias
Ou os que simplesmente surgiram
Numa hora em que tudo se fazia
Sublime e fraternal
E quiseram me cobrar por isso
De forma nada afável, sem licença.
De jeito nada sublime, nada lhano
Totalmente sinistro
E é por isso que me torno amarga o bastante
Para amar aqueles que me odeiam com sinceridade
E odiar aqueles que me dão a mão
Na espera da caída do meu anel
E o meu ódio pulsa
Longânime e eternamente
Por uma única razão:
A de ver sucumbir sem sudário
Aqueles que me surram.