FRIO COMO UM VULCÃO

“Ela é de gelo - a multidão dizia. Vendo o seu modo calmo e retraído: “Não lhe notais, no riso indefinido, alguma coisa horrivelmente fria?”. Até o próprio sol, se ousasse um dia beijar-lhe o branco talhe do vestido, em montanha de neve convertido, o azul do espaço, em breve, deixaria. Uma noite, porém, vi-a chorosa, osculando fanada, murcha rosa que apertava de encontro ao coração. Adivinhei que o gelo era aparente, que, sob a neve, palpitava ardente a lava incandescente de um vulcão.”

leandro egidio
Enviado por leandro egidio em 21/06/2015
Reeditado em 26/05/2017
Código do texto: T5284991
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.