prefiro levar nas asas as cores do rodapé
aderem-se paisagens em mim
com olhos pedintes
e corpos carentes.
no tempo a umidade parece jovem;
anos milhares não estiaram
o ar, mas secaram
a humanidade.
olhos infantis nascem com
meninas maduras a ponto de voar
para vácuo asfixiante de liberdade.
à flor do chão brotos refrescantes
almejam crescer esperanças ainda,
porque,
no canto dos teus olhos repousa
uma gota de orvalho
e nos meus, o azul tremeluzir
de uma borboleta.
e porque tudo o que
evolui nasce de sonhos
a montanha que nos separa
ainda é névoa onde nossas mãos
se encontram