Tô doido, tô doido

A cabeça cortada propôs o seu diálogo,

Aos que pensam diverso propôs guerra;

Dedo amputado à invalidez é análogo,

Ausência de cérebro, é moda na Terra...

Patenteei um colírio pro olho mágico,

farei “tanquinho” na barriga da perna;

A mula sem cabeça pôs fim ao trágico,

Cursou a distância co’a Hydra de Lerna...

Gasolina fez do meu auto, autofágico,

larga abstinência começa mijar sangue;

meu cavalo acha esse resultado, lógico,

dado o Gangnan Stile da velha gangue...

Seu Brasil sentindo dores reumáticas,

De tanto sedentarismo assim, bundão;

pedalágoras reinventou a matemática,

e escondeu novos números da nação...

Pinócchio enriqueceu vendendo lenha,

Todo dia seu nariz produz uma carga;

não falta um novo lenhador que venha,

curar a amargura com receita amarga...

As varizes ameaçam pernas das palafitas,

falta cupinicida, para na coisa dar pausa;

o professor probo é só “herança maldita”

o imbecil ladrão, doutor Honoris Causa...

quando a loucura grassa, assim, em geral,

presumido lúcido descobre a dor, tristeza,

se, crime compensa, e ser louco é legal,

mato um, depois cago em cima da mesa...