Âmagos velados
 
Não sou de falar o que não se fala
O que se declara claramente, não
Sou, antes, o que se escreve
Porque assim fazendo o faço em contenção
 
As poucas ênfases a que me reservo
Não são o que considero ter mais intenção
Elas me traem com suas fraquezas
Franquezas sorrateiras vindas do porão
 
Além do mais, o colóquio empobrece
Em nada se parece com a emoção mais pura
Trocas de palavras bobas, mas sinceras
Fractais das quimeras de minhas agruras