PRESOS DA VIDA.
PRESOS DA VIDA.
O homem é a peste que da escravidão usufrui
É arquitetura celular de um fóssil obsoleto
Guloseimas de mecanismos acelulares, mas com esqueleto
Fruta do pecado que largada na terra se dilui
Onde sua ordem tem o preconceito pudico e empírico
E tem a verdade mitômano de seu progresso satírico.
Diga ao mundo que a moral tem suas pusilanimidades
Que nenhuma raça pode dizer como outra deve viver!
De como a noite tem a cor da paixão e do romance
E como o homem conseguiu escravizar os índios nas cidades.
Ninguém é dono do mundo, ninguém é todo amanhecer
A inatingível consciência do ser está a todo alcance,...
Em qualquer cor que gera divícia ao bom pastor
Nos guetos da intolerância que segregam o amor
Nas avenidas de cruzes que fomenta uma história de batalhas
No nome dos teus pais, órfãos de teus restos mortais
Que jazem presos na vida, expostos como plantas ornamentais
Regados com as lágrimas de uma sociedade grávida de falhas.
Quantas mortes eu vou viver para ver a razão
Sendo enxovalhada e barganhada por religião?!
Meu débito com a vida foi pago com meu nascimento
Cansei-me dos farricocos em desfile de bandeiras e confetes
Fui coroinha de uma geração que te salva com o apedrejamento
Dos pios que te educaram com a leniência dos cacetes
E das cruzadas que te abençoaram com uma hemorragia de sangue.
A ambição tem seu nome do pai, do filho e do espírito santo
Nenhum homem nasceu ou morreu ostentando um halo
O ódio tem uma saudade do carinho e não sabe como agarrá-lo
A natureza não é má, ela só precisa formar outra boa gangue
Uma farta de esperança e de um tipo de amor, que jamais te cause espanto.
CHICO DE ARRUDA.