PRESOS DA VIDA.

PRESOS DA VIDA.

O homem é a peste que da escravidão usufrui

É arquitetura celular de um fóssil obsoleto

Guloseimas de mecanismos acelulares, mas com esqueleto

Fruta do pecado que largada na terra se dilui

Onde sua ordem tem o preconceito pudico e empírico

E tem a verdade mitômano de seu progresso satírico.

Diga ao mundo que a moral tem suas pusilanimidades

Que nenhuma raça pode dizer como outra deve viver!

De como a noite tem a cor da paixão e do romance

E como o homem conseguiu escravizar os índios nas cidades.

Ninguém é dono do mundo, ninguém é todo amanhecer

A inatingível consciência do ser está a todo alcance,...

Em qualquer cor que gera divícia ao bom pastor

Nos guetos da intolerância que segregam o amor

Nas avenidas de cruzes que fomenta uma história de batalhas

No nome dos teus pais, órfãos de teus restos mortais

Que jazem presos na vida, expostos como plantas ornamentais

Regados com as lágrimas de uma sociedade grávida de falhas.

Quantas mortes eu vou viver para ver a razão

Sendo enxovalhada e barganhada por religião?!

Meu débito com a vida foi pago com meu nascimento

Cansei-me dos farricocos em desfile de bandeiras e confetes

Fui coroinha de uma geração que te salva com o apedrejamento

Dos pios que te educaram com a leniência dos cacetes

E das cruzadas que te abençoaram com uma hemorragia de sangue.

A ambição tem seu nome do pai, do filho e do espírito santo

Nenhum homem nasceu ou morreu ostentando um halo

O ódio tem uma saudade do carinho e não sabe como agarrá-lo

A natureza não é má, ela só precisa formar outra boa gangue

Uma farta de esperança e de um tipo de amor, que jamais te cause espanto.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 13/05/2016
Código do texto: T5634721
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