Não é preciso saber...
Preso a esta cama,
assim como um apaixonado
à sua amada.
Uma prisão eterna,
indestrutível e irrefutável.
Abandonado...
Ao meu lado, outros seres imundos.
Pobres coitados...
Aguardando pacientemente a morte!
Não são senhores de seus destinos,
nem donos de suas próprias vidas.
Não vivem.
Estão acorrentados a suas almas pequenas,
encurralados pelo medo e pelo ódio,
incapazes de perdoar.
E assim, insistem e persistem.
Enquanto o tempo, cruel,
pouco a pouco escreve sua história!
Não me sinto, porém, diferente desses moribundos.
Trancado nesse hospício,
e esquecido pelos meus.
Um triste fim para uma vida triste,
sem amor e sem encanto.
O orgulho, outrora doce e suave,
ainda permanece,
revelando uma alma inábil a aprender.
Orgulho traiçoeiro, que atrai a morte,
por debaixo dos lençóis.
Tingindo de vermelho a noite fria e vazia.
Havia encontrado o descanso na lâmina penetrante...
Para jamais entender o sentido de viver.