15/55/0062.
15/55/0062
Minha cabeça não tem como contar nos dias, os destinos
Ela pesa, e é uma guerra iminente, de sobrevivências em velórios.
Eu nasci aos 15/55/0062, na era da hodierna esquizofrenia
No poço do espaço, no eco da desgraça, na ira de deuses clandestinos
Em mundos de caos que tomou o homem como seus acessórios
No ultimo concerto da salvação que gerou-nos com androgenia
E retirou-nos, com pauses, da nossa mascara de esparadrapo.
Hoje, tenho tanto medo da morte quanto tive de nascer
Eu, engenheiro da falhas, que só tem o chão para beijar
Convivi e sobrevivi aos primatas que se aceitavam como trapo
Onde nesse estacionamento da ignorância, não há como desenvolver
Tão e tal qual cérebro nervoso que se habituou a se aleijar
E perdeu a coragem de pensar, sorrir, amar e ser mais primordial
Deixou-se ambicionar pela lenda e tornando-se histrião nesse altar
Pariu um farde de um deus, e deu vivas as suas pegadas paraliticas!
Nesse novo mundo onde a inteligência e humanidade peca no imortal
Traz seus chips que não se prende à aparência, orgulho e não é vulgar
Telepáticas ondas de ações interagem com todas as características
A vida não é mais descartável, aterroriza-se por não ser mais obsoleta
E o homem já se instruiu para domar o tempo, é a inédita ressurreição.
Tem pessoas tão pequenas que envergonham os babacas e os idiotas
Só cabem em seus buracos narcísicos e arrombados de podre silhueta;
Que venham a nós os tortos e defeituosos, de todos os graus de imperfeição
Os diferentes e os malditos, de todas as cores e credos, as vítimas de chacotas
Os corpos mortos de pensamento e destreza, em nome dos sem pais!
Esse mundo de solitários tem seus dias contados, as carnes decompostas
Terão suas nanotecnologias, e aos insights, a responsabilidade da criação.
Nada mudará o fato de que o universo continuará sobrevivendo sem ideais
Sem nós para atravancar-lo, mas para a nova existência temos as respostas
Visto que o latifúndio da mediocridade elevou-nos à má-criação,...
Ao holocausto da sapiência. Minha cabeça manca seus renascimentos
O leão que rugia seus desesperos por falta de caça, agora cassa seus selvagens
Alia-se a biogênese, aprimora sua high-tech, luta contra qualquer tecnofobia
E cria sua metamorfose de esqueletos com fios, dejetando seus sacramentos
O código de barra do protagonista existe a pouco, e plugado às ultimas engrenagens
Origina a esperança da raça, na certeza que ao ruim,... Já foi feito a cirurgia.
CHICO DE ARRUDA.