O MAR DE MONET


Sou como o mar de Monet, tão pequeno,
Calmo ou violento,
Não vou além dos rochedos,
Além do horizonte.
Mãos invisíveis prendem-me.
A liberdade é um sonho cercado por montanhas,
Barcos ou pessoas que não me deixam voar.
Sou como a gaivota estática,
O barco pintado em suas telas,
Ou o Sol que nunca se põe.
O meu grito é sufocado
Pelo eterno silêncio do óleo,
Sou talvez uma das velas
Dessas suas telas,
Mas a vela quer liberdade, sair,
Andar por aí,
Navegar por altas ondas
Que me transportem ao céu,
Quero colher estrelas cadentes
Para uma jóia fazer
E dar de presente ao vento,
Que o meu rosto vem lamber.


(Hull de La Fuente) 



(Este poema nasceu durante uma visita a galeria do Museu d'Orsay, em Paris,onde estão expostas várias obras de Claude Monet, confesso que a repetição das cenas marinhas, me angustiaram, não sei a razão.)
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 06/08/2007
Reeditado em 06/08/2007
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