SENHOR HUMANO.

SENHOR HUMANO.

Nasci filho parido por muitas amas

Robinson Crusoé dos meus mundos

Índio de muitas peles

E negro de todas as cores.

Trago o linguajar de vários idiomas

Dialetos de férteis florestas

Espíritos de incontáveis etnias

E deuses de muitas necessidades.

Meu povo é de todas as espécies e origens

Minha tribo é música de todos os cantos

Minhas raízes foram floradas na seca

E meus ancestrais, veem de um mil e quinhentos.

Arquivo único das minha memorias

Sou um maluco de tantos hospícios

Genuíno selvagem que jamais foi domesticado

Pequeno o bastante para não ser tão grande

Rego os capacetes brancos invés das arvores das lagrimas

Pois estou constantemente nascendo

Enquanto pessoas morrem respirando

E a cegueira não percebe que as diferenças são iguais.

Tenho fogo na língua e TNT no cérebro

Veemência em meus conceitos mutáveis

Com sentimentos múltiplos e tolerantes

E meus ídolos,... Não são de isopor.

Sou um analfabeto de muitos conhecimentos

Um leigo com pouca essência

Sou um aluno das minhas escolas

Um pesadelo no sonho do sonhador

Sou uma vida carregada de mortes

Um vilão e herói ao mesmo tempo

Sou um caubói de paraísos metálicos

E que ainda usa caneta e papel como armas de trabalho.

Sou um senhor humano de tantos universos

Com uma liberdade adquirida na nascença

Sou uma colônia de inexplorável riqueza

Mas acima de tudo, sou um brasileiro de muitas culturas.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 08/08/2017
Código do texto: T6078072
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.