MERO COADJUVANTE.

MERO COADJUVANTE.

Com as marcas do tempo o espelho mostra-me a realidade

Trago no corpo o bojo desleixado da pífia aparência

A experiência me farta de tantas ignorâncias

Por mais que leia e estude, nunca me é suficiente

Todo subproduto da terra tem seu prazo de validade

E faltam-me mais existências para desbravar a sapiência.

O homem ainda é o instrumento de muitas ganâncias

Despreza que da sua espécie é o seu único cliente

E como servo, inaugura sua hospedagem com escravidão

Digo-vos com tal zelo, que o mundo tem seu arame farpado

A cercar-nos de homens distinguidos pelo seu preço

Por sua relevância e por sua capacidade de domar o semelhante.

De que vale a fortuna se ela te agrega com a solidão?

A hipocrisia e a ambição é chuva de arroz em recém-casado

Onde a morte e a vida atraem com migalhas o fim e o começo

E ao acordar, narcísico, verás que ser humano é um ser mero coadjuvante.

A arrogância é a pura vaidade de quem não sabe se reinventar

Aprendi que pessoas tão pequenas podem fazer grandes estragos

E que a arte que o tempo fez na minha capa humana tão rudimentar

Foi para me lembrar que a grandeza e o homem,... São objetos vagos.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 10/08/2017
Código do texto: T6079260
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