A CHAVE DA PORTA DOS FUNDOS.

A CHAVE DA PORTA DOS FUNDOS.

Meus olhos mal enxergam o quê sou

Mas meus dedos não têm anéis, sou livre

Meu pescoço não ostenta o peso do ouro

Minha mente é literatura de um Alzheimer futuro

Meu pulso é cheio de pulseiras, feita por artesão

Pois para mim tudo que presta, é feito à mão

Meu corpo tatuado é a marca de outro passado

E eu tenho a chave da porta dos fundos

Por onde sempre foi à entrada da realidade.

Esquecer tudo que sei me leva a água, principio da humanidade

Aprender de novo com todas as dificuldades

Faz a adaptação necessária aos corpos

Tão malhados hoje em dia, mas com cérebros ocos.

Quanta terra colheu os filhos das guerras

Quantos corpos enfileirados como plantas da morte

Não há morte gloriosa, assim como não há vida vitoriosa

O orgulho fez-nos desperceber de que somos descartáveis

E a paz... Não pode ser alcançada com as lagrimas de caixões.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 11/08/2017
Código do texto: T6080670
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