A CHAVE DA PORTA DOS FUNDOS.
A CHAVE DA PORTA DOS FUNDOS.
Meus olhos mal enxergam o quê sou
Mas meus dedos não têm anéis, sou livre
Meu pescoço não ostenta o peso do ouro
Minha mente é literatura de um Alzheimer futuro
Meu pulso é cheio de pulseiras, feita por artesão
Pois para mim tudo que presta, é feito à mão
Meu corpo tatuado é a marca de outro passado
E eu tenho a chave da porta dos fundos
Por onde sempre foi à entrada da realidade.
Esquecer tudo que sei me leva a água, principio da humanidade
Aprender de novo com todas as dificuldades
Faz a adaptação necessária aos corpos
Tão malhados hoje em dia, mas com cérebros ocos.
Quanta terra colheu os filhos das guerras
Quantos corpos enfileirados como plantas da morte
Não há morte gloriosa, assim como não há vida vitoriosa
O orgulho fez-nos desperceber de que somos descartáveis
E a paz... Não pode ser alcançada com as lagrimas de caixões.
CHICO DE ARRUDA.