SUA MAJESTADE O TEMPO.

Dês tu, e caça os iracundos com,... O segredo do tempo

Pois deles virão homens capazes de serem incapazes.

Misóginos deuses de carniçal sabedoria hipócrita

Que usufruem e estupra os mistérios do tempo a seu talante

Majestades de verdades, quiçá, desconhecidas e infiel

Filhos de eras sem educação e forte amor às moedas

Onde a traição tem seus castelos, a morte como passatempo

E servos de doutrinas que têm seus verdugos e fieis capatazes.

A existência nunca foi humanitária, ela é tirânica e proscrita

O universo é uma selva, donde num átimo, ajoelhamos ao meliante

Esmolamos por nossa vida, cremos em salvação vinda do céu

E nada fazemos para mudar esse estado de coisas que nos depredas.

As palavras têm um forte impacto nos seres humanos

Mas para eu depende muito da boca que sai

Pois determinadas bocas, nem mereciam emitir vozes.

Perdemos a filáucia nos caminhos dos nossos egoísmos

Porque é mais fácil sermos supressores de vontades alheias

A constranger nossa idéia de mais ter e de mais ser

E por demais arrogantes não aceitamos que somos meros levianos.

Para quem ramifica sua inteligência numa planta de bonsai

Açula, sem interregno, a deferência por amanhãs dos mais ferozes

Por uma evolução da idiotia e às cavernas de hodiernos barbarismos.

A humanidade tem seus prêmios Nobel da paz soltos em cadeias

São as algemas de uma escravidão a qual ninguém há de envelhecer

Posto que o segredo da vida seja o tempo, e como seu vassalo

O deus-homem continuará a escrever sua alforria preso às fases

Sempre existirão os revolucionários a consertar relógios sem ponteiros

E os ourives pedagogos cúmplices a propagar uma ideologia quixotesca.

O tempo é cerzido à transformação e dele todos os cosmos são cativos

Ele não tem coração, órgão que chora sem verter lágrimas, só sua razão

Anômalo, tem a delicadeza de voar sem ser visto e sem ostentar halo

Onde nossa química e física sabe que jamais seremos múmias de gazes

Temos a mesma composição de tantos obscuros universos carniceiros

Então a propósito de nossa surpresa é ilógico não aceitar sua origem grotesca.

Somos objetos, desde o berço, homens-bomba com o corpo coberto de explosivos

E se um dia instar que é um homo ilustre,... Saiba que do tempo, é um ordinário peão.

CHICO DE ARRUDA.