BRUXARIA DE SER O QUE É.
BRUXARIA DE SER O QUE É.
Há muito páramo agulhado de mortos e fantasias
Censuraram a inteligência e os olhos falam seu medo
As bocas vomitam e enxergam suas vãs malvadezas
Esquecem que nós somos fantasmas de nós mesmos
À busca de quem somos de verdade
E as razões são palavras que hipnotizam os sentimentos.
Não há ressurreição de intelectos, ela se renova
Todo gênio não deixa descendentes, ele é ímpar e singular.
O homem ainda prolifera de bruços nas suas utopias
Transitam pelos tempos disfarçando o seu segredo
Pensam serem mais fortes que suas frágeis naturezas
Mas são corruptores de ideais e didatas dos oportunismos
A vida lhe deu o beijo da morte com a natividade
E os seus anseios são menores que os dos jumentos.
Abram a janela do novo, antes que a terra lhe dê uma cova
Há outras estradas a percorrer além-mar
O atro universo, é níveo demais para quem se deixa iludir.
De que mundo se oriunda quem desconhece a própria linhagem?
Nos valhacoutos, nossos ancestrais gravaram sua pinacoteca
Sua estrutura coberta de pelos, era um arcabouço envergado
Suas bocas emitiam o som gutural que se entendiam no rugir
As mãos que deixavam rastros no chão, era de um selvagem
No céu de estrelas a cair ele lia a sua biblioteca
E por mais séculos de evolução, o homem ainda pensa como gado.
O corpo humano produz a sua própria heroína
Ele vem se moldando e se modificando com o tempo
Essa bruxaria tem a vacina de todos os tempos universais
Somente o cérebro tem vergonha de mostrar seu poder total
Ou ainda somos incapazes de decifra-lo
Por isso, talvez, até então somos geridos por maus conceitos
Produzimos armas para exterminar o estrangeiro
Respeitamos mais o ódio e a ganancia que ao amor
Ensinamos, a mente falida, que com o punhal se consegue a proteína
E a esperança contempla pálida esse enlace supempo.
O pensamento estala como pipoca dentro da caixa dos animais
Ele lamenta não acompanhar o nosso progresso corporal
Se não nos libertarmos o teremos como o de um jegue em porte de cavalo
Aonde a miséria de ser o que é, continuará a pleitear seus direitos.
Caminhamos para desenhar novamente com uma pena no chiqueiro
Mas a maior pena do homem, será a de morte, por desprezar o seu valor.
CHICO DE ARRUDA.