Âmago da loucura

Sou grande, porque sou louco;

Pinto o céu em fantasia.

A desdita é muito pouco,

da loucura que eu queria.

Voo nas asas do vento…

Sou no perfume da flor,

a mulher no pensamento

e já sinto o amor.

Escorre da minha mão,

um doce mel de carinho…

É loucura… é sermão,

embriaguês de um vinho.

Brilhem as belas estrelas,

no triste céu da loucura.

O louco irá perde-las,

porque não há, a ternura.

Quebrem correntes na vida,

mas nunca prendam o louco.

Loucura não é ferida,

ser poeta… é muito pouco.

Feérico sonho ele tem,

espraia amor e poesia.

Porque eu sou louco também,

Perdi-me na fantasia…

Homem poeta e louco,

é um fado… É destino.

Ser livre é muito pouco,

mas ser louco… é divino.

Sines – Portugal

10 de Agosto de 2007

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 16/08/2007
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