Âmago da loucura
Sou grande, porque sou louco;
Pinto o céu em fantasia.
A desdita é muito pouco,
da loucura que eu queria.
Voo nas asas do vento…
Sou no perfume da flor,
a mulher no pensamento
e já sinto o amor.
Escorre da minha mão,
um doce mel de carinho…
É loucura… é sermão,
embriaguês de um vinho.
Brilhem as belas estrelas,
no triste céu da loucura.
O louco irá perde-las,
porque não há, a ternura.
Quebrem correntes na vida,
mas nunca prendam o louco.
Loucura não é ferida,
ser poeta… é muito pouco.
Feérico sonho ele tem,
espraia amor e poesia.
Porque eu sou louco também,
Perdi-me na fantasia…
Homem poeta e louco,
é um fado… É destino.
Ser livre é muito pouco,
mas ser louco… é divino.
Sines – Portugal
10 de Agosto de 2007