O POETA E A LOUCURA

O que seria do poeta não fosse a loucura?

Como enxergaria o que poucos vêem?

É ele na verdade um louco alucinado

Que enlouquece as palavras

Transformando-as em um todo “incompleto”

Traz sentido ao que todos sentem

Nem todos, porém expressam

Loucura boa

Aquela mesma expressa por Erasmo

Que move o mundo

O que seria do poeta se não conseguisse ver, ouvir e sentir coisas?

Ver as flores brincarem...

Ver os mares esbravejarem

Ouvir o vento sussurrar

Sentir a brisa acariciar os cabelos

O que seria do mundo não fosse a loucura do poetar?

A magia de descrever o mundo em palavras

São palavras sensatas

Nem se pode suprir por sinônimos

Cada palavra em seu espaço

O que parece sem definição toma amplitude

Todos querem entender

Muitos nem se importam, porém, se vão entender

Querem compartilhar da magia que existe naquele conjunto desconexo de palavras

Querem sentir como é navegar pela loucura

Enfim, o que seria da loucura não fosse o poeta?