Das loucuras (línguas largas)

Pode-se sentir o interior em fogo, o gosto na língua,

A saliva apimentada em um descontrole notório.

Claro, no sol nascente; escuro, como todo o tempo...

Descontente ou contente se desembrulha o imbróglio.

Nos sonhos surgem imagens e amores de momentos clichês...

Seriam sãos tais sonhos? Seria só tal assombramento?

Vento ao vento, as velas hasteadas e o barco rumo ao intento,

A maré ajuda sempre quem incorporou o espírito de navegador Chinês.

Misteriosamente vê-se um vazio que se preenche:

Implosão, pirotecnia, autoimposição, arrebatamento...

Mente serena.

Mostrou a língua para o breu cruel; deu respostas à mente – à frente;

Coisas que levam a exaustão: compreensão e arrependimento...

Mas vale a pena.

Pode-se expandir o que antes era uma inconcebível fresta,

Na absolvição dos pecados e na aceitação de um castigo...

No abrigo dos loucos o andar calmo de quem se aceita;

Na receita do caminho velho, o tempero novo com uma nova aresta.

André Anlub

(31/7/17)